"Aos 9 anos, duas meninas amarraram minhas tranças na cadeira da escola e quando eu fui levantar minha cabeça voltou e eu bati na cadeira com tudo, meus olhos encheram de água e eu não queria chorar na frente delas, não conseguia de jeito nenhum desamarrar o cabelo e elas riam e apontavam, e riam cochichavam, e as outras crianças saiam da sala como se não tivessem visto, e eu só queria correr mas estava presa na maldita cadeira, quando finalmente consegui me soltar corri para o banheiro e fiz uma oração para que em algum momento aquilo tivesse fim. Na semana seguinte quando fui sentar na cadeira após o intervalo a mesma menina puxou minha cadeira e eu caí no chão, a professora entrou no segundo seguinte e todos viraram o rosto como se não soubessem o que tinha acontecido, quando ela me perguntou o que tinha acontecido lá da frente da sala, a menina me deu um beliscão no braço e um tapa nas costas como se dissesse “cale a sua boca” então eu disse “eu tropecei professora”. A garota tinha fama de briguenta, era mais fortinha que eu, eu era só ossos e pele, sempre fui muito magra, e eu realmente não sabia e nem queria brigar, preferi me calar. Nas semanas seguintes eu insisti para a minha mãe que eu não gostava daquela escola, era final de ano, eu só queria sair daquele inferno..."